O CHINELO
O CHINELO
Quando conheci você, entendi primeiro o seu chinelo.
Do seu ser, foi meu primeiro gosto.
Gostei dele,
sinceramente!
Chinelo usado, desse tipo de calçado que nos deixa bem descalço, à vontade,
andando sem perceber que usamos algum tipo de calçado. Esquecemos. Sentimo-nos como se estivéssemos descalços. E isso é bom. Ótimo!
Pude observar,
perdoe-me, mas achei lindo,
as marcas de seus dedos nas pontas do chinelo.
Estavam desenhados, pelo uso,
em seu solado interno.
Obra de arte,
pelo menos para mim,
feita por você,
por seus dedos!
Graças dou ao seu chinelo,
bendito seja ele,
por nos aproximar.
E que ele nunca se desgaste,
ao ponto de ser posto fora.
Já o considero amigo íntimo!
Meu padrinho,
padrinho de nosso primeiro encontro.
Afirmo a você:
Ele já não mais pertence somente a você,
mas sim, a nós!
Naquela tarde gentil,
ele passou a ser parte de nós...