Me espere, Copacabana
Copacabana, acho que de alguma forma, sempre esperei por você, mesmo que agora esteja de fato tão próxima de mim que já me vejo andando por teus calçadões emaranhados de lembranças de todas as bossas novas compostas nas tuas janelas a beira mar. Sei que encontrarei mais do que isso ao rasgar-me de brevidade eufórica em suas ruas que parecem não envelhecer de tão eternas que já são. Encontrarei alguém que estará me esperando e que eu sempre esperei, nestas minhas buscas por outras peles.
Copacabana, sei que já estou suja de outros amores sem nomes, mas quem se importa? Já tenho algumas manchas dele por meu corpo, das quais revisito nos momentos em que ele está a frente e entre as lentes dos meus óculos, quase dentro e espalhado nos meus olhos. Mas ele tem um nome, não será anônimo.
Copacabana, me espere junto a ele, que vou sempre desejar que não esteja com você, só para ter o prazer de desejar que estivesse, mas eu já me sinto com ele, completa.
Apesar de que
será apenas uma noite, apenas dois corpos estranhos um ao outro comemorando o ano novo tão carregado de velharias que vai aos poucos se aproximando como um provável orgasmo, fazendo que ambos sintam dentro de cada um a alegria(falsa) de todos os fantasmas de branco que estão em suas areias, sujando o teu mar de falsas promessas. Depois seremos apenas dobras no lençol vazio e frio, um arôma de ausência e a umidade típica da saudade.
Estou chegando Copacabana.
Apesar de que você já ter chegado a mim.