Você não ouve estas vozes que estão dentro da minha
cabeça.
A agonia me enlouquece, não mais consigo respirar.
Estou sem ar, sem pensamentos, um vazio existencial.
Não mais sinto a minha alma sussurrar apenas o frio
que desabriga meu ser da vida.
As vozes ecoam desconexas, profanas e cruéis.
Vozes agudas, sombrias que me amendrontam.
Uma ternue linha entre a sanidade e a loucura me
envolve.
Não sou quem sou mas sou essência de um ser em
resolução.
Me pergunte a exatidão dos meus sentimentos te
responderei quais se todos são confusos e confusos
é meu eu.
Me olho no reflexo do espelho e vejo o borrão de
uma arte incompleta, não visualizo contornos, não
encontro coerência.
Coerência que me enlaça sem próprio sentido ditan-
do regras prontas as quais não me enquadro.
E nos quadros da vida sou abstrata, sem nexo e
sem sentido.
As mãos frias e trêmulas, minha voz pastosa e
a cabeça apresionada as vozes alucinantes.
Não sinto mas caio de joelhos com uma dor latente
me rasgando a carne, dilacerando minhas emoções.
Um ser vazio, um vazio que me leva as raias da
loucura.
-camomilla Hassan-