Inconformidade

O homem é, por natureza, um ser adaptável. Se acostuma facilmente com as mais adversas situações. E, infelizmente, habituou-se com a mesmice, com a pacífica e pútrida mediocridade.

Sem perceber, começa a viver de maneira mecânica. Não se pergunta o porquê do fazer cotidiano. Apenas segue sua monótona existência, quase inexistente, com excessos de desilusão, insegurança, amargura, e ignorância. Vivendo a efeito de muita carga acumulada, muito mal-entendido jamais resolvido, deveres exagerados e imaginários. Idéias pré-concebidas. Paradigmas.

Lá fora os dramas se arrastam num ritmo contínuo e as cenas se repetem, se repetem. O homem é inserido a constantes contradições berrantes. Mas não há perplexidade, apenas conformidade. Logo é influenciado pelo meio, torna-se, então, escravo de um consumismo compulsivo e corrosivo. Estamos cercados por alienados...

Onde estão os questionadores e os pensadores do novo? Nossas discussões intelectuais se tornaram silenciosas. Nossa geração aparenta não possuir opiniões consistentes.

Já é hora de despertarmos! Se faz necessário uma iniciativa da nossa parte. É tempo de viver, de ver, de tentar entender. Vamos ser! Mais autênticos, mais gente, mais felizes do que pregam as circunstâncias, mais simples. Paremos com nossas tão foscas formalidades. Deixemos o passado no passado e avancemos, almejando com as forças que se resguardam em nós, um lugar que pode ser melhor. E que, em lugar de uma uniformidade mórbida de atitude, possamos sempre renovar nossa maneira de observar, pensar, e enfim, de agir, num mundo que embora seja tão diversificadamente único, se tornou insosso.