A caverna

Entrei no mundo forçado

Para encontrar um caminho

Virei as costas pra luz

Nas sombras fiz o meu ninho

Por trás de um muro alto

Imagens se reproduzem

Desenhos de toda sorte

Se revelam e me seduzem

Eu penso que vejo a vida

Mas a morte me consome

Não posso soltar os pés

Nem falar pois tenho fome

Sei apenas dos sinais

Que se proferem no escuro

Se tentar sair sozinho

Serei preso no futuro

É um mito o que creio

Ou minha a realidade?

Nasci da ignorância

Do saber quero a verdade

Vou sair um dia desses

Para ver o que há lá fora

Quero encarar o sol cedo

Acordar ao som da aurora.

A caverna do passado

É meu presente constante

Não sei olhar para trás

Me perdi no inferno Dante.