FAZER NA VIDA O QUE SE GOSTA
Sua vida era quase nada
Era um ir de casa em casa
Pedindo revistas, jornais velhos
E outros derivados de celulose
Um belo dia a sorte lhe sorriu
Ele acertou os milhares na cabeça,
Algarismo por algarismo,
Um bilhete de loteria inteirinho!
Fora-lhe entregue errado,
Como papel velho já fosse
Tudo a partir daí mudou, lógico
O mundo virou-se de cabeça para baixo
Novas dimensões e possibilidades
Foram-lhe abertas, do nada
Por um papel premiado,
Era, sim, um predestinado!
Hoje, ele é feliz...
Como principal presente a si próprio,
Comprou uma papelaria
Lá, em serena paz, espera o avançar do tempo
A fim de que todo aquele papel possa ficar velho...
A vida lhe dera a oportunidade de fazer o que gosta
Sem ter que pedir nada a ninguém...