"EU O BARCO E A NATUREZA"

Eu, que navegava pelo mar afora, sem certeza
e nem vontade de voltar.
As ondas fortes se chocavam contra o barco, e
a brisa fria que se chocava contra o meu rosto,
e a maré vazante que me empurrava para o alto mar.
Um pouco ébrio, pelo vinho que eu bebia, já cambaleante
eu me espalho no convés, achei que era sonho, 
quando vi golfinhos saltitantes na minha frente, 
como a saudar a minha passagem por ali.
Eu me levanto e oscilo ao caminhar, mas acho lindo,
os golfinhos a bailar.
Estou sozinho a deriva mar afora, sem destino...
às vezes choro, outras vezes dou risadas...talvez eu
fiquei louco! Ou então é o efeito da bebida.
Quando de repente o barco emperra em um banco de 
areia, o barco para...eu confiro, é uma baleia, ai!
Que aflição! Agora estou preocupado, tanto estou, 
que fico curado da bebedeira.
O mar se acalma e se estabiliza sobre as águas, então
eu vejo uma grande baleia, que como se estivesse...
gozando de mim, solta um esguicho de água para o 
alto, e solta um som meio maroto, mergulha deixando 
as nadadeiras para fora, que a mim parecia dois dedos 
abertos, fazendo sinal de paz.
E eu sigo o meu caminho...caminho incerto, talvez sem
volta, caminho sem trilha e sem destino, eu olho para
trás e vejo os golfinhos a me seguir, como se fossem
Anjos, a me proteger.
Saltitam, e soltam sons como se fossem risadas, e o
sol brilha, e o mar agora é calmo, o vento sopra 
suavemente e os meus lábios se abrem num sorriso, 
pressentindo que agora é tudo paz, é tudo calmaria,
que eu tenho esperanças, de que a vida continue! Que
o mundo é meu, é nosso! Que nada está perdido, e que
eu tenho um lugar ao sol, que Deus existe! Que a natureza 
é bela! E que sem ela eu e você...todos nós, não seremos
possíveis viver.