AVENIDA DO POETA
Hoje eu estive lá.
Na sua avenida. Entre as curvas da pista sinuosa, a chuva fina lavava meu rosto e refrescava meu corpo.
As árvores balançavam seus galhos, formando um balé encantador.
Deixei-me levar por meus pensamentos e imaginei você passeando comigo por aquelas avenidas perdidas entre a mata e a cidade.
O lugar era lindo.
Mesmo com a chuva, dava pra ouvir o cantar dos pássaros e o barulho dos bichos que vivem em completa harmonia com as pessoas que por lá transitam.
Os bichos estão tão acostumados com o vai e vem que atravessam as pistas com uma lentidão impressionante, dizendo claramente aos visitantes que lá é o seu lugar.
Eu caminhava devagar, mesmo com a chuva que caía sobre mim.
Imaginava você aqui comigo, caminhando de mãos dadas, me abraçando e me beijando em meio a toda aquela natureza de rara beleza e exuberância.
Fiquei extasiada ao chegar num determinado ponto e me deparar com uma enorme placa que dizia: AVENIDA DO POETA!
Senti um friozinho na barriga, aquela sensação de prazer, excitação, vontade de gritar. Afinal era a sua avenida!. E é lá que quero estar contigo numa bela tarde de sol, juntando nossas poesias as do poeta que lá é homenageado. Quero ter o prazer de apresentar a você esta avenida que a partir de hoje também é sua!
Ah! ... Manoel de Barros que me perdoe, mas esta avenida agora também é minha!
09.11.2008