Devolvida.
Eu obedeço a mim mesma. Em redundância, em paradoxo, sobre analogias e ações corrosivas. Obedeço ao meu extinto, ao meu ego disperso, ressentido, fiel. Obedeço ao orgulho dilacerante que impõe tantas vezes às atitudes de querer mostrar, escancarar para quem quer que seja que eu “não estou nem ai”. Mas, à verdade, estou aqui. Bem diante de um nariz empinado e um coração intranqüilo. Ainda que entrelaçada de humildade.
Julgo ser, sobre um monólogo interior, uma profusão de sentimentos ao pé da cabeça, do coração, da rua sem saída quando busco aquilo que não sei onde encontrar.
A ordem sempre foi minha, sim, a mim mesma, a todas as vontades que são destemidas. Hoje prefiro o que convém no silêncio.
E me vejo nas vontades, tenho os pés sobre o chão e um coração que paira, e que não é breve.
Um bom gosto, mas nem sempre bons modos. Desfaço padrões, e, de capa, não sou aquilo que você acredita saber. Nem de mais, nem de menos, há sempre surpresas, contradições.
Há uma resistência por aqui, bem dentro, se não consigo ser eu mesma me vejo em relutância. Sou essa, das verdades escancaradas, das fases, das paixões e sonhos constantes, dos inúmeros amores, dos grandes amigos, do orgulho, do silêncio, das palavras.
Obediência vou sempre dever, aquela que sempre me traz de volta, e que não cansa, e que ama, ama e ama. E que também não ama. Por mais falhas que existiam, por mais dúbia que seja a situação, ela me devolverá. E serei minha, com partes, em partes devolvida.