SONO E SEDE
É só mais uma noite longe da Paraíba, um pouco de sono e sede .
Tudo muito natural, corriqueiro, pouco expontâneo, poesia então...
fico lembrando das horas passadas debaixo das árvores de Tambaú,
alí sim, o vento cantava as letras, desenhava os versos e o sol dançava ritimado pelas ondas pequenas e quentes daquele mar,
eu podia ver Deus criando com incrível inspiração a Lei da paixão.
Não há quem não se apaixone pelos uivos quase que silenciosos
das areias sendo empurradas pelo vento, rumo a destino nenhum.
E lá vem Maria com côco e cachaça, Maria das rendas e da voz firme ao cantar um dobrado de senhor de Naná. Essa rede me deixa ver a Paraíba dançar e matar minha sede e fome como quem brinca de
advinhar. Deixa pra lá que um dia volto ao mundo da vida, real, cheio
de choro, inveja, hipocrisia e muito nada ou quase nda se portanto como gente que sorrir e faz sorrir.
Volto levando a rede e os meus sonhos, a luz que ilumina o passado e não mostra a estrada do futuro, eu que me vire em procurar.