Depois do encontro
No primeiro momento a felicidade,
o ajeitar dos cabelos, o colocar dos brincos,
o escolher da roupa, a langerir vermelha ou preta pra seduzir
quanta ansiedade e, a cada passo, um dês-casamento dos pensamentos
com esse vai ser diferente, - eu mereço, ele ligou três vezes
acabou o choro no abismo do esquecimento
A ansiedade transborda no canto da boca pelo sorriso
ou amostra-se pelos olhos brilhantes, _ mais uma ilusão!
quem a vê sabe, da solidão implacável dos anos traiçoeiros
do acompanhar dos insucessos que só o encontro provoca
e, o desespero por saber que agora, e, só neste momento tudo vai dar certo.
Tudo se repete, como um velho filme em preto e branco
o vinho a escolha do restaurante, e os sussurros,
o ar inocente sinalizando o piscar dos olhos, bem pintados para impressionar
ir ao banheiro pra ser olhada por inteiro,
pelos olhos da presa ou pelas presas das outras mesas
Agora, o soar dos sinos anunciam,
o convite impressos por palavras decoradas.
não posso ficar assim, sem sentir a pegada, vamos para um lugar calmo,
onde posso te contar um segredo ao seu ouvido bem baixinho
sentir teu perfume, e te beijar de mansinho, longe dos olhares maldosos e mesquinhos.
Depois quando terminar o ato,
te deixo em casa e um olhar de adeus denuncia
lava-se no banheiro e retiro as impressões do que aconteceu neste quarto sem privações
o desamor e os desencontros que acontecem todos os dias.
enquanto durou, durou também as emoções
fim de conversa _ amanhã depois do encontro
somos desconhecidos, pois nem o seu nome eu sabia.