ABRE-TE SÉSAMO!!

Muro alto! Para mim até fere a calçada...

Ameaça engolir os transeuntes, por fixa mais que esteja!

Chamam-me bisbilhoteiro. Sou! Pois não lhe questiono até suas paredes?

Essas pedras invadem o ar, afrontam, limitam minhas vistas,

impõem-se muitos metros além do real, do necessário!

Da questionável necessidade de proteger. Esconde alguém de algo? Algo de alguém?

Murada obtusa; enquanto impede ladrões, rouba desarmada as visões...

De quem quer viver sem medo, de quem para si quer rumos abertos

para além dos horizontes de suas limitações...

Enquanto divago, ouço de lá asfixiados sons; há vida lá dentro.

Se verdadeiramente vive? Lamento dizer...

De dentro para fora ladram sim, vivos e cativos cães,

ganidos sufocados, como que clamando: “Abre-te Sésamo”.

Vou ser claro: Quaisquer seres viventes neste planeta têm o direito

ao menos vez em quando de emendar longe nas vistas, Céu e Terra!

Sem isto para que sonharmos Deuses? Fico com a TV mesmo...