narciso sobre o chão despido

Depois de uma manhã em lentos desatinos, surrou-se aos punhos. Delirou saudades e vontades extremas. Possuiu a si mesmo como numa relação entre ser e reflexo no espelho. Como um Narciso. Como um ato preciso de necessidade. Era o seu Narciso cheio de desejos. Comunharam artigos, consoantes e sonatas descalças. Palavras partiram rabiscos e pertences perdidos. D’um suspiro psicótico, fez-se manhã em poucos desatinos. Lentos os primeiros delírios. Saudades. Vontades. Narciso, sobre o chão despido.

Quaresma
Enviado por Quaresma em 21/03/2006
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