Dor

E dói. E não dói pouco. É uma dor doída,

que me consome - um tanto por dia,

semelhante a um rato qualquer, em um

pedaço de carniça qualquer, constante,

imutável a ponto de ser necessária. Pois

a dor não é por acaso, não é culpa do

destino. Semelhante situação apenas

vista, sentida,

urinada e suada

como à situação anterior: porque

gostamos de quem queremos, sentimos

prazer, deveras, com quem gostaríamos.

Um tapa na cara da vida, assim.

Um tapa na cara da vida, como se fosse ontem.

São Caetano do Sul, 31 de outubro de 2008.