O Vento Forte

Hoje, o vento soprou tão forte que a vida virou nuvem... Dispersa, solta na magnitude.
Nem passos largos eu dei... Nem passadas mínimas eu quis dar...
O vento soprou ligeiro... Foi-se depressa ao monte...
Disparada... Uma pulsação, em queima lenha...
Nem um laço foi criado... A vida correu solta, brinca feito criança com as minhas mãos... Escrita fina!... Marcas de fatos soltos... Mãos ciganas leem-se em riscos, em rabiscos...
Cortes, sepulcros... Linha permanente.
Em muros que cismo em dançar... Em sombras da qual falei com alguém... Das vontades que falei com mais alguém... Palavras que viram hino, passarinho...
Não são muito corretas as ações do tempo... Nem a verdade é tão importante, em projeto.
Falho ao ouvir-me... Rouca fico para os sonhos... O Farol de Virgínia guia... O Orlando a metamorfose querida.
Que disparate... Ouvia o vento!!! Imagina!... Coisas do vagar pueril... Coisas de um tempo que não virá.
Meu coração se guarda... Guia falho, ele também... Depois de pulsar, pára... Depois de parar, morre...
E a estrada de flores?... Cadê o momento prometido?... Onde estão os laços de fita soltos... Onde está a nuvem?...
Questões de matemática, fórmula... O x da questão perene... O y do absurdo perdido... Paradoxo!
Ventania leva ligeiro o ar que mal respiro... Momentos de brisa foram-se... Resta-me apenas o pensamento.

16:40