Tristeza
TRISTEZA
Ah... A tristeza...!
Que sentimento mais medroso e incompetente!
Medroso porque não anda sozinho, vem sempre acompanhado...
Incompetente porque não existe por si só... Depende de outros para existir!
Sente-se aquela onda que vem devagarzinho, devagarzinho e vai nos embotando a alma, a alegria, o entusiasmo, a fé, a coragem, a disposição...
Minando nossas energias positivas... Pesando os nossos pensamentos, diminuindo a nossa respiração, turvando o nosso olhar, curvando o nosso corpo, embotando nossa inteligência, nossa criatividade, nos trancando em quartos escuros e frios e colocando-nos uma carranca na face.
Perdemos o poder, deixamos de sentir os gostos, os cheiros e não vemos mais os milagres acontecendo.
Aí,quando nos trancamos no quarto escuro de nós mesmo, nos mais pavorosos porões da nossa mente, queremos saber o porquê?
Por que estamos tristes?
Aí aparecem os atores principais, já que ela, a tristeza é só coadjuvante neste espetáculo.
Desilusão? Paixão não correspondida? Saudade?Decepção?Fracasso?Amor perdido? Frustração?Culpa? Condenação? Não importa... Porque mesmo descobrindo qual o ator principal, é ela, a coadjuvante tristeza que nos deixa neste estado lastimável.
Mas agora, ao escrever sobre ela, descobri em mim uma alegria imensa... Sou maior que ela!
Morro do Chapéu, setembro/2008