A liturgia da vida
As pessoas estranham-se com situações que acontecem frequentemente e de forma pontual, mas dizia um futuro famoso poeta: “nada acontece por acaso”. Eu também concordo, pois tudo nesta vida tem uma razão de ser, mesmo que por vezes o acontecimento não se desenrole da melhor forma possível. O ser humano é imperfeito, e como Deus deu-lhe o direito de ter as suas próprias decisões, ele mesmo sofre pelos seus próprios actos e pelos actos de quem lhe está próximo.
Sofrer é um verbo muito cruel, porém faz parte do nosso crescimento, mesmo que este se desenrole com alguma ambiguidade. A letargia que as pessoas transmitem é incoerente e traz um pouco de sofrimento à mistura.
Não sou uma pessoa errónea no caminho inconstante que se tornou o dia-a-dia, o desassossego persegue-nos a todo momento, para mim a angústia é um facto consumado. Vejo as minhas palavras esvoaçarem como folhas de árvores num Outono ventoso. A premência busca-me uma verdade escondia no submundo de um inconsciente perdido.
Temos de ter fé nas nossas capacidades, buscando as melhores vias, os melhores trajectos neste universo de ânsia duvidosa. Sofrer mais uma vez, quando o sofrimento é em demasia acaba connosco devagarinho, como uma morte lenta.
Sinto um palpitar estranho no meu coração, sinceramente não compreendo este meu bulir que se afasta da tranquilidade. Pressinto malefícios avizinharem-se ao meu existir, porquê? Pergunto-vos? A vida é um rasgão de sentimentos que vão marcando uma pessoa no decorrer da nossa cadência morosa.