A Criança De Cada Um

Nesta manhã chuvosa de domingo, meu ser menino corre pela rua do meu bairro. De calça curta, pés descalços, com um sorriso nos lábios; molha os cabelos sem medo de ser feliz.Tudo é muito simples, lírico e poético. A rua está praticamente vazia. Poucos se arriscam a encarar a chuva. Na idade adulta não existe tempo para brincar e deixar o sonho de menino entrar em nossa vida. Estamos sempre envolvidos com o corre- corre , com a labuta, com toda sorte de preocupações, e assim, não arrumamos tempo para admirar a lua, contemplar o mar e se deliciar com um descontraído banho de chuva. Mas é preciso mudar o rumo dessa história. Muitos mudam seu jeito de ser devido a uma perda, uma doença ou a uma doce presença em suas vidas. Tudo é válido, porém o sucesso dessa mudança depende de uma esperança forte no amanhã, e na permanência de uma alma de criança dentro de nós. Só assim encontraremos a paz, beleza e a delicadeza interior que necessitamos.

É preciso observar e saber sentir as crianças, pois elas é que são verdadeiras e felizes. Devemos aprender com elas a nos lambuzarmos com as sutilezas do dia - a - dia, como se lambuza com um algodão doce, ou se chupa as mãos e os dedos ao saborear um sorvete. Também é preciso perdoar com facilidade, orar sem questionar, reconhecer os erros sem medo, aprender a pedir com os olhos, sorrir com o coração e a amar com a alma. Enfim, é preciso manter viva para sempre nossa criança interior, e como elas, acreditarmos no amor.

Roberto Passos do Amaral Pereira
Enviado por Roberto Passos do Amaral Pereira em 24/10/2008
Reeditado em 25/10/2008
Código do texto: T1245360