Meu sabiá.
A um tempo atrás, ganhei um presente, um tanto diferente,
era um lindo passarinho, flihote de Sabiá.
Ainda não tinha penas, coitadinho, de tão pequeno
nem sabia voar.
Construí uma gaiola, com muito carinho, ali o coloquei,
assim pude vê-lo crescendo a cada dia, mais forte e bonito a cantar.
Só que, uma coisa muito estranha acontecia, sempre senti uma
enorme tristeza, aparecendo em suas melodias. Parecia que meu
Sabiá querido, invés de cantar chorava, entristecido.
Meu coração apertava, eu pensava: Meu bichinho preferido, a quem
eu dava tanta atenção, parecia infeliz, em sua canção.
O que será que está aflingindo o canto do meu amigo?
Pensei em sua cina de viver engaiolado, então tive a resposta,
Sabiá que cantarola, dentro de uma gaiola, sem ter conhecido o céu.
Certamente que chora, melodiosas notas de tristeza, lançadas ao léu.