Prosa Noturna
Um dia, nasci. Apareci... pequenina, minha mãe dizia... Não abri os olhos, quando nasci... Passaram-se dois dias para que eu abrisse o meu olhar para a vida.
Eu fiquei olhando para dentro de mim, minha mãe dizia, sorrindo!...
Cada gesto meu foi diferente... ela dizia!
Procurava respostas, quase implorava por coisas pra pensar...
Um vasto caminho em vida... Fecha-se mais um ciclo... Quase!... Tive algumas coisas pra pensar, muitas noites, iguais a essa... Muito gesso, em sentimentos lentos... Hoje, não tenho tanta coisa a dizer... Queria mesmo era ficar encostada... Sentindo a vida... Encantada!
Meu corpo não é mais meu... Meus passos são calmaria... Minha boca chama um substantivo... Um adjetivo... Um pensamento coerente... Talvez, incoerente...
Sinto a noite chegando ao seu ponto máximo... O ponto eco!... Um dizer em concha gigante, que o mundo é gigante... que a vida é lenta amante...
Falo do mar, com tanta propriedade, parece que ele é meu... Sei que me puxa com braços fortes toda vez que molho os meus pés... Ele me chama em ondas, para recolher-me em corrente que circula o meu canto...
Não há o que dizer ao amanhecer... Quando a noite cai fria... Espanto-me com a magia que me rodeia desde pequena... Andança em broto... Iguais aos da goiabeira, em flor.
Nunca me esqueci do pomar de maça-verde... Da faquinha presa ao tronco. Do pessegueiro em flor... Não existia nada mais bonito que o pessegueiro em cria....
Eu chamei um passado, para esquecer-me do presente, eu acho. Não que o presente não seja um presente, é... Mas, com cor de futuro seria melhor... Mas, as certezas já não são as mesmas, elas não fixam a alma, quando o peito chora.
Tenho um olhar para dentro... Recolho-me nas palavras que guardo apenas para mim... Um sentimento doce, que delicio sozinha... Um dia, quem sabe, encontre no rastro da minha vassoura, um caminho que seja tão leve que aqueça a alma, novamente.
Não desejo mais do que tenho, nem posso, porque eu tenho a vida, melhor presente cósmico.
Sou ventania... Sou calmaria... Sou mulher... Sou apenas maria...
Que se recolham os ventos... O forte de muros altos... Eis o universo conspirando... Eis o mundo em proa... Um navio viajante amigo... Que recolha as garrafas que jogou ao mar...Que se lembrem os ouvidos do som da concha... Que se lembre da promessa feita... Quando criança!
Eu nasci... Eu cresci... Agora posso virar mito, num rito, celebrar meus dias que ainda iluminarão meus passos...
Hoje descamei meu dia... Ouviu criança?... Hoje, ouvi a música das minhas andanças... Fechei meus olhos, mergulhei em mim... Sou esperança!
22:07
Um dia, nasci. Apareci... pequenina, minha mãe dizia... Não abri os olhos, quando nasci... Passaram-se dois dias para que eu abrisse o meu olhar para a vida.
Eu fiquei olhando para dentro de mim, minha mãe dizia, sorrindo!...
Cada gesto meu foi diferente... ela dizia!
Procurava respostas, quase implorava por coisas pra pensar...
Um vasto caminho em vida... Fecha-se mais um ciclo... Quase!... Tive algumas coisas pra pensar, muitas noites, iguais a essa... Muito gesso, em sentimentos lentos... Hoje, não tenho tanta coisa a dizer... Queria mesmo era ficar encostada... Sentindo a vida... Encantada!
Meu corpo não é mais meu... Meus passos são calmaria... Minha boca chama um substantivo... Um adjetivo... Um pensamento coerente... Talvez, incoerente...
Sinto a noite chegando ao seu ponto máximo... O ponto eco!... Um dizer em concha gigante, que o mundo é gigante... que a vida é lenta amante...
Falo do mar, com tanta propriedade, parece que ele é meu... Sei que me puxa com braços fortes toda vez que molho os meus pés... Ele me chama em ondas, para recolher-me em corrente que circula o meu canto...
Não há o que dizer ao amanhecer... Quando a noite cai fria... Espanto-me com a magia que me rodeia desde pequena... Andança em broto... Iguais aos da goiabeira, em flor.
Nunca me esqueci do pomar de maça-verde... Da faquinha presa ao tronco. Do pessegueiro em flor... Não existia nada mais bonito que o pessegueiro em cria....
Eu chamei um passado, para esquecer-me do presente, eu acho. Não que o presente não seja um presente, é... Mas, com cor de futuro seria melhor... Mas, as certezas já não são as mesmas, elas não fixam a alma, quando o peito chora.
Tenho um olhar para dentro... Recolho-me nas palavras que guardo apenas para mim... Um sentimento doce, que delicio sozinha... Um dia, quem sabe, encontre no rastro da minha vassoura, um caminho que seja tão leve que aqueça a alma, novamente.
Não desejo mais do que tenho, nem posso, porque eu tenho a vida, melhor presente cósmico.
Sou ventania... Sou calmaria... Sou mulher... Sou apenas maria...
Que se recolham os ventos... O forte de muros altos... Eis o universo conspirando... Eis o mundo em proa... Um navio viajante amigo... Que recolha as garrafas que jogou ao mar...Que se lembrem os ouvidos do som da concha... Que se lembre da promessa feita... Quando criança!
Eu nasci... Eu cresci... Agora posso virar mito, num rito, celebrar meus dias que ainda iluminarão meus passos...
Hoje descamei meu dia... Ouviu criança?... Hoje, ouvi a música das minhas andanças... Fechei meus olhos, mergulhei em mim... Sou esperança!
22:07