Fábrica de Chocolate
Semente nativa, perdida na natureza, levada pelo vento.
Bate em solo fértil, embebeda-se d’água da chuva, intumesce com o sol e seu calor, e brota.
Brota folha por folha até árvore frondosa. Floresce. E lá vêm as bagas.
Colhidas, selecionadas, de volta ao solo, de volta ao sol. Secas e pisoteadas, trituradas pelas gargantas sedentas de máquinas e moedores, vira pó, vira gordura.
Acrescenta-se o leite, o açúcar, condensa, compacta, dá-lhe forma. O brilho do papel e vai p’ra vitrina.
Lá vem a criança, olhos grandes, brilhantes. Estende a mão, solta o papel e leva à boca. Aperta os olhos, saliva, degusta e sorri. Lábios e dedos a lambuzar, feliz corre a brincar.
Fim de processo.