ONDE ME PERCO

Aprisionada a anseios sem alvo, amargo um enorme vazio.

Lastimo...

A tua ausência impregna a minha vida.

Fecha o meu semblante alegre...

Contamina o meu sorriso...

Envolve o meu corpo na mais profunda nostalgia.

Se dormisse o meu ser...

Claro! Aliviaria a minha alma do padecer.

Não durmo!

Na solidão no meio do escuro...

Procuro reverter esse sentimento obscuro.

E se eu gritasse!

Se eu gemesse!

Se eu enfraquecesse!

E se os olhos chorassem?

Jogasse-me no chão...

Aliviariam as dores?

Assim pensamos chamar atenção.

Comover o mundo... Ou sei lá a quem!

Ouço, há quem odeiam ver-nos a choramingar.

Nada acontecerá...

Matam-nos apenas um pouquinho mais...

Por um instante mudo o discurso.

Troco, doces palavras, por palavras ásperas.

Desenho, as duras linhas percorridas,

no grande circulo de ida e volta da vida.

Entretanto...

Consolo-me! Na tua ausência...

Que ninguém ouça os meus gritos, e nem os gemidos...

Com as costas das mãos enxugo o meu choro.

Espero que as luzes apaguem, que tudo escureça

para que os meus olhos inchados não apareçam.