No Silêncio das Horas Vazias!
No Silêncio das Horas Vazias!
Delasnieve Daspet
Minhas saudades são aves que fogem,
Do inverno do passado,
Buscam, sobrevida nos sonhos, do calor do presente...
Estes momentos - ( no hoje )-, se fazem eternos....
A minha lembrança reclama o longínquo espaço
Que a memória pressente...
Cobrindo na distância do tempo,
A certeza de erros...
E nesta mágica de retorno e fuga...
Meus lábios ardentes sugam,
De meus olhos marejados,
A recordação que me chega
Pela face, como quente saudade...
Lembro os belos dias de livre acesso
Ao parque, ao córrego que serpenteia a cidade...
De andar leve e solta pelas ruas,
De olhar para as vitrines,
De conversar apenas,
Sorrindo com o vento, que libidinoso,
Despenteava meus cabelos,
Acariando meu corpo e meus sonhos...
Agora, sinto-me confinada,
Ao infinito que nada vê,
No sorriso, glacial, da face,
Nas heras coladas nos edificios,
Um pirilampo, vagando, sem luz,
Pérola fria - cobrindo o colo da noite-,
No silêncio das horas vazias!
** Campo Grande-MS, 11 de março de 2006.
Delasnieve Daspet