(A) parecida
Agora, parece que vai mudar. Mas tem tudo para continuar como está. Uma combinação de algo novo com algo renovado. Antes de identificar essa combinação transformadora, é preciso entender a que chegamos.
Trabalhadores, estudantes, empresários e até desempregados ansiosos por mudança, foram às urnas no último cinco de outubro e elegeram, sem sombra de dúvidas, um novo comandante para as ações municipais, nem deu margem de dúvida, ao eleito. Urge, agora, pelas reformas imediatistas, que sempre satisfazem-nos.
Uma calmaria, de expectativas ansiosas, paira sobre os telhados mal acabados dos bairros e prenuncia uma tempestade a começar, até quando este mesmo povo compreender o quanto foi abandonado e traído. Os trabalhadores continuarão sem entender, os estudantes sem poder agir, os empresários desesperarão, sem ânimo para aventurar-se no ambiente de um modelo econômico que representa a eutanásia.
Mas é no meio de tudo isso, na classe média, onde sempre nasceram as grandes mudanças, que surgirão os primeiros sinais de resistência organizada contra o que ameaça a paz conquistada. Serão os demagogos que tentarão aquietar nossas preocupações. Enquanto isso, desfaz-se, nas sombras, o pouco que temos de aconchego no dormitório declarado pela maioria.
Tudo isso pode acabar de repente por conta da combinação do provável com o óbvio e venderem-se, nossas camas, terrenos humildes, porém macios, que pensamos serem nossos, e tornarem-se cachoeiras de dólares a descer pelas serras da mesas, na casa do trabalhador desempregado, que paga aluguel.
E, aquela que, queria ser (A) parecida será apenas parecida, ou no imperativo maior, que é ditado pelo novo ditador “pare (cida)”.