Sonhos, devaneios

Passar para o papel.
Papel vivo, caneta obedece.
Bloqueios, dificuldades, nada.
Coragem, passar do  cérebro  para a ação
a escrita.
Restrições pra que?
Os pensamentos são meus
desejos, sonhos, anseios tambem´
Sou forte, dentro da minha fraqueza.
Niguém me tira, nem rouba esses sentimentos
levarei comigo, para onde?
Não interessa.
Pensar em quem vai ler
ou o que vai achar, tolice.
Agradar quem quer que seja
para que?
O que me deixa triste é o fato
dos meus filhos não gostarem do que escrevo.
Não entendo, mas devem ter seus motivos.
Partirei um dia, talvez mudem de ideia.
Mania de perseguição, eu, será?
Não, acho que não, solidão, vazio
complexo de inferioridade sim.
Todos são mais que eu.
Estão vivos, sabem viver, eu não.
Me afasto, enconlho dentro de mim
no meu canto.
Enquanto isso o tempo passa.
Gosto do meu canto, colchão no chão
me encosto na parede.
Aconchegante meu lençol rasgado
meu edredon desbotado e até um pouco
empoeirado, meu pijama velho e companheiro.
Precisa-se de tão pouco para viver
e complica-se tudo.
Amor, amar , sonhar, isso vale a pena.
Tudo ao meu alcance, para sempre.
Passa o tempo, eu retrocedo.
Cedo aos desejos, são belos, puros
sou só minha.
Nunca mais me farão sofrer.
Descobri o antídoto
Como é bom chegar a esse estágio
todo o resto é resto, é nada
apenas um abismo imenso.
Me envolve, me aconchego
estou leve, leve, em paz.
Onde está tudo?
Nada existe.
O silêncio, que bom , sou capaz de ouvi-lo.
Sou feliz, ainda posso...
martamaria
Enviado por martamaria em 09/10/2008
Reeditado em 09/10/2008
Código do texto: T1219652
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