ECOS DA MINHA ALMA
Você é capaz de decifrar o quanto suas palavras soltas e
acidas podem açoitar alguém.
Por um intante refletiu que suas sementes lançadas ao vento
podem amanha serem o seu jardim de ervas daninhas.
Quando pegaste meus sentimentos e tricotou sobre eles sua
amargura deixaste dor que não cessou com o tempo.
Pensou que acarinhar a face depois de esbofetea-la seria
um gesto humano.
Você se contradiz num amor velado de maldade e carrega
consigo minha alma a guiando na escuridão.
Tento correr e meus pés não obedecem, tento falar e minha
voz não ecoa.
Viver é um deserto de emoções que me condena a existir con-
tra a minha vontade.
Sou tolida, censurada e emudecida com a carne marcada pela
intolêrancia dos tolos que se titulam sábios.
Sábios mercenários que me corrompem com seu afeto mascarado.
Mas quem sou nesta montanha alta do que uma vegetação ras-
teira que teima em declarar minha essência.
Quanto mais me rastejo nesta cadeia humana, menos sou.
Mas palavras não calaram as vozes dos insanos que ceifam vidas
diariamente.
Não a vida da máteria, mas a vida existencial, porque eles são
nos olhos do mundo os mais bondosos e generosos.
Trazem nos olhos a maldição do ternue olhar que primeiro hipno-
tiza sua vítima para depois dissipa-la.
E o mundo olha para eles encantados por sua cordialidade e caris-
ma sem ao menos refletir que estes são portadores das almas
podrificadas do verdadeiro amor.
Mas possuem a maestria por passar e carregar com eles os cegos
de sentimentos e os egoistas do amor ao próximo.
Me calarei por hoje estou muito cansada, me recolherei a minha
cadeira de flores.
O eco da minha alma não se ouve mais esta dentro do meu ser,
se debatendo diante dos aplausos mundanos num único desejo
liberdade enquanto haja sanidade.
Mas os aplausos mundanos continuam cada qual maravilhado com
seu mundinho particular incapaz de enxergar a dor alheia.
A dor do indíviduo que caminha em bando mas inevitávelmente
esta sozinho mesmo cercado dos prazeres nefastos e ilusórios.
Hoje é apenas um dia a menos do resto dos meus dias predesti-
nados ao relento.
CAMOMILLA HASSAN