MEU ETERNO AMOR PELOS PSICOTRÓPICOS
Existência que me condena, viola meus direitos de existir e
sentir.
Punição ou salvação, um dia a mais vivido, um a menos de
dor e sofrimento.
Me olho no espelho e vejo o reflexo, mas não vejo a alma.
Me debato, grito, fala desconexa apenas um sussurro me
deixe viver em paz.
Maldita pequenina caixa que me entorpece, não consigo
pensar cheirada e dopada.
Será que havera um dia de liberdade para minha alma e
não mais serei refém.
Definem estes malditos psicotrópicos como psique-mente
topos-alteração.
Mas na verdade são ceifadores de almas sonhadoras e des-
pidas do apego as coisas mundanas.
Esta noite entre lágrimas e protestos os tomo, minha cabeça
gira e tudo parece um ensaio de palavras.
Por favor me deixem pensar, me deixem transpor a barreira da
minha loucura e mostrarei minha sanidade em sua essência.
Estão me roubando a vida com doces palavras, que se tornam
crueis quando me trazem estes medicamentos.
Medicamentos que se tornam meus senhores ditando suas or-
dens e os obedeço irracionalmente porque já não me lembro
como protestar.
Ao menos me deixe ver um dia de luz neste céu cinza e inex-
pressivo para que minha passagem na vida não tenha sido em
vão.
CAMOMILLA HASSAN