Coisas inexplicáveis

Ao mergulhar na profunda angustia de me ter sozinha aqui

Disfarço a dor em meu peito com um sorriso alarde

Falso como minha cara de alegria

E no fim do dia turbulento acariciado pelo desconforto

A vida se define uma folha de papel rabiscada, confusa

Sem descrições exatas de rabiscos achatados e arredondados

Coloridos e pretos, sobrescritos sem razão nem sentimentos

E ao encontro de pingos de chuva, apagando-se cruelmente

Ferindo-se pelo vento, rasgado pelo tempo

Meu coração se toca contra o peito

E pressiona a alma sem explicar.

Só sabe sentir dor e não sabe ele gritar

Apenas fica inquieto e tonto, como um pato.

Que não entende a razão e não busca destino.

Destino que pertence a outro mundo

E ele um réu e vagabundo condenado a esse amor

Não consegue enxergar a saída

E não quer aceitar as despedidas

Por isso chora ao destino da vida.

E não consegue lutar, pois não tem forças

Pois não tem mais vida, pois não assume

Só ilude e no final sempre diz que está tudo bem