PLÁGIO DE POESIA

Despertei.

E não apenas porque hoje é sábado!

Despertei simplesmente,

Porque é mister acordar,

Dia após dia...

Mesmo em constante vigília.

Porque...

Embora a poesia finja adormecer,

poetas me parecem

explícitamente insones!

E eu não vou insistir

En versejar as manhãs

Que espocam na minha janela.

Seria redundar a vida!

Ah, nós!

E os ridículos poetas...

Que sempre dizem as mesmas coisas!

Tão iguais,

Que poetas parecem plágios

de si mesmos!

Porque a poesia...

Vê e sente

sempre a mesma coisa!

Não...não...

Deve ser somente a vida que bate

E redunda

Na fantasia dos poetas.

E eu não vou falar do Sábado!

E nem do amor, tampouco da saudade.

Seria ridículo plagiar o nada.

Também não vou contar que

Logo ali,

Tem um Sabiá

Sobre uma folha prester a cair!

E um Bem Te Vi que chora.

Vedo os ouvidos.

Eu não quero ouvir!

E de nada adianta eu falar do silêncio,

Porque coração de poeta

Só faz barulho...

Grita,

Mas ninguém os ouve.

Eu só vou dizer que de novo

Parece ser sábado.

E daí?

Eu não vejo

Nada demais

Nesse sol que arde no horizonte,

E que nunca me aquece.

Porque poeta...

Vive a sentir frio.

Mesmo entre as labaredas

Da poesia.