TUA INSUSTENTÁVEL LEVEZA DE SER...

Preciso aprender a administrar esse sentimento que se tornou soberano na minha existência, impedindo - me de vivê - la plenamente...
Chegaste, afagaste minhas emoções, mostraste - me a intensidade do amor e me deixastes de lado, partindo para uma outra vida, como se eu não existisse e nada do que eu sentisse, te importasse.
Sombras de tristeza, fantasmas de saudade, espectros de solidão... Companhias constantes em noites eternas de insônia, quando as lágrimas inundam meus olhos e encharcam o travesseiro onde ainda sinto teu cheiro, aspiro com força, como se pudesse sentir palpápel, tua presença, como nos poucos objetos teus que deixastes, como de propósito, para torturar - me com essa saudade insana que me dói como farpas de gelo a aguilhoar - me o coração, as lembranças dos momentos em que juntos, nos amamos loucamente, fizemos mil planos de um novo futuro, onde alimentastes meus sonhos de serfeliz... Mais uma vez... E mais uma vez, naveguei por tuas mentiras, inocente como sóem ser os que têm uma necessidade vital, de acreditar, para poder viver sem cair no buraco negro do desespero, sem perder o sentido da vida...
Mais uma vez, renunciei a ti... Fazendo caras e bocas, ostentando uma frieza que jamais senti, fiz que saísses da minha vida para que, já que não te sentias feliz comigo, aspiravas uma falsa liberdade vivendo sem o compromisso do amor que ampara, acarinha, cuida, acreditando que assim serias feliz, pudesses seguir teu caminho, mesmo sabendo o que me esperava...
Não consigo imaginar alguém em teu lugar... Não encontro ninguém que nos momentos de ternura que aconteciam entre nós, traga no olhar aquele brilho inocente de menino que ainda não se encontrou, mas que era sincero...
Tantas vezes te comparei com a personagem de Milan Kundera, de
a "Insustentável leveza do ser"... Mentias sem maldade, traías por instinto, como se fosses um animal insconsciente do mal que causavas e simplesmente achavas natural que fosse daquele jeito... Era - te insuportável imaginar - se cativo de um só amor, como um bichinho dentro de uma jaula...
Estou tentando justificar - te? Não sei... Talvez sim, talvez não... O fato é que aprendi a conhecer - te melhor que tu, mesmo, melhor que qualquer pessoa, nesse mundo... E talvez por isso, por saber - te tanto, ainda continue a amar - te como sempre amei, apesar de todas as tuas loucuras, porque dentre o caos que era nossa vida, existiram os momentos sublimes de ternura e de amor verdadeiro...
E no âmago da minha alma, continuo a esperar que, um dia, tu mudes e voltes para mim, só para mim, nem que seja quando estejamos com a cabeça coberta de neve e nossa única forma de fazer amor sejam suaves e ternos beijos, carícias inocentes, as mãos seguras uma na outra e nossa maior aventura seja passear de mãos dadas pelas pracinhas, ao pôr - do - Sol...