A ordem

O vento cortante que passou por entre nós, última vez, correu contar a um anjo tudo que lhe falei.

Do vento, o anjo para Deus voou.

Contou a Ele, com detalhes, toda nossa conversa.

E Deus sorriu...

De Deus, o anjo à Terra voltou.

E soprou novo vento para saber de nós.

O vento cortante que esfriou minha lágrima.

E o anjo não quis contar a Deus que eu chorava.

Mas Deus sabe.

Desta vez, Ele não sorriu...

Ele sabe que dói...

Também sabe a solução.

Deus chamou o anjo

E deu-lhe uma ordem.

Só que o anjo ainda não a cumpriu.

E eu ainda não sei qual foi a ordem.

Porque poetas entendem de anjos

E não das vontades de Deus.