Noite cadente
Na areia úmida, já no anoitecer, as estrelas piscam, e o mundo a se perder, eu ando pelas terras tentando procura o que eu perdi, eu não sei o que pedir, pois perdi meus olhos e minha razão, na colisão entre meu amor e minha paixão, corpo ferido, aberto aos céus, carcaça plena, em pé e nada mais, pessoa flexionada a dor das perdas, da incoerência de um ser banal, carnal, normal igual a qualquer outro, mundo desigual amor para uns, dor para outros, meu amor me queimava, deixa-me de mãos atadas, virado a loucura, contorcia minha razão, fazia-me de refém pelo vicio do seu corpo que me iludia prazeres momentâneos e nada, mas, minha paixão fervorosa, desigual, amorosa e animal, que vivíamos a puro prazer, sentimentos a mil, aponto de padecer, eram dois em um, um em dois, mas dos amores e das paixões elas se cruzaram e anularam-se assim destruindo parte de mim, por isso agora na terra caio e espero que a terra me coma, como vocês me comeram e tiraram tudo que eu tinha meu desejo, minha sede, meus sentidos de viver, agora a padecer, eu espero que na terra, meu corpo vire terra, e na terra me desintegre junto com seus sentimentos, que me levaram a loucura da morte.