Pelos olhos
A alma singela e benevolente,
Um corpo sadio e valente,
Perante toda falta o conhecimento,
Sobre o que se sente no momento,
E há gente leiga,
Que briga e ofende,
Quer que a alma responda,
Mas de nada ela entende,
Então ela engana,
E questiona
Porque ele não olha nos seus olhos,
Mas ele mesmo nem olhou para os deles,
Então ela retrucou,
E diz que fale, diga o que sente,
Mas não sente que ela mesma
Não procura dizer com a língua dele,
E nos olhos desse ser está escondida,
Toda pureza do mundo,
Alegria da vida nele contida,
E todo medo desse lugar imundo,
E nesse imundo pensar,
Dos homens que julgam o anormal,
Está a mais cruel ignorância,
A mais violência animal.
E nesses singelos olhos,
Dos altistas que sabem muito,
Está a mais alegre vida.
De todo um coração aberto e certo.
E os olhos nem mexem,
Nem cobiçam,
Só amam e querem bem,
E eles falam também.
E é isso que ninguém entende,
Mas não há que entender,
Eles não nos entendem,
E nem por isso querem me entender.
E eles têm um mundo,
O qual eles todos reinam,
E todos se ajudam,
E o qual nós não podemos entrar (ou não queremos).