Pelos olhos

A alma singela e benevolente,

Um corpo sadio e valente,

Perante toda falta o conhecimento,

Sobre o que se sente no momento,

E há gente leiga,

Que briga e ofende,

Quer que a alma responda,

Mas de nada ela entende,

Então ela engana,

E questiona

Porque ele não olha nos seus olhos,

Mas ele mesmo nem olhou para os deles,

Então ela retrucou,

E diz que fale, diga o que sente,

Mas não sente que ela mesma

Não procura dizer com a língua dele,

E nos olhos desse ser está escondida,

Toda pureza do mundo,

Alegria da vida nele contida,

E todo medo desse lugar imundo,

E nesse imundo pensar,

Dos homens que julgam o anormal,

Está a mais cruel ignorância,

A mais violência animal.

E nesses singelos olhos,

Dos altistas que sabem muito,

Está a mais alegre vida.

De todo um coração aberto e certo.

E os olhos nem mexem,

Nem cobiçam,

Só amam e querem bem,

E eles falam também.

E é isso que ninguém entende,

Mas não há que entender,

Eles não nos entendem,

E nem por isso querem me entender.

E eles têm um mundo,

O qual eles todos reinam,

E todos se ajudam,

E o qual nós não podemos entrar (ou não queremos).

Liomac
Enviado por Liomac em 21/09/2008
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