BILHETE
Não tenho culpa de amar tanto a Poesia! Esta é a mulher que eu amo e com ela proseio quase todos os dias, nos meus versos e nos de outros irmãos. Viajo nela, esta a minha alegria de estar vivo. Se me conhecesses, verias que não sou tão sério... Sou um cara bem descontraído e que gosto de brincar com os amigos... Mas, como não sei, a rigor, com quem estou falando, e normalmente são mulheres, tenho alguns cuidados pra não entrar na intimidade delas... Também há outra coisa a salientar: quantas vezes falamos, como agora, em nível pessoal? A regra é ficarmos mandando poemas, pensamentos, repassando imagens, mas a comunicação interpessoal quase não existe. Amada! Que sejas muito bem-vinda à intimidade aparentemente sem graça... Que voltes todos os dias pra morar na minha memória. As bagas de uvas ficam expostas ao tempo de maturação...
– Do livro CONFESSIONÁRIO – Diálogos entre Prosa e Poesia. Porto Alegre: Alcance, 2008, p. 285:6.
http://recantodasletras.uol.com.br/prosapoetica/1187661