UM DESABAFO QUASE POETICO
Procurei um amigo,
não encontrei.
Procurei um por meus filhos,
não achei.
Procurei um travesseiro,
não estava no lugar.
Procurei um lenço,
não tinha o que chorar.
Procurei palavras,
e todas eram de esgoto, num vaso qualquer a rolar.
Procurei o passado,
e descobrí que a vida me rendeu.
Procurei no presente,
e descobrí que o futuro se perdeu.
Procurei um consolo,
tropecei na imaginação.
Procurei um abraço,
recebí indignação.
Procurei reforço,
encontrei displicência.
Procurei um ombro,
encontrei indiferença.
Procurei a razão,
encontrei acusação,
Procurei consciência,
encontrei desilusão...
** De tantas procuras me acabo na solidão. No jogo das palavras me satisfaço em linhas choradas, como a lágrima que não caiu...