Memórias

(13/09/08)

Pelado, certamente

Um pé, um pedal, um tanque

Um beijo de cachorro e um medo descontrolado

Só por causa de um balão corre, escorre,

quase morre quando rola pela escada

Mil pedaços, mil retalhos, chão coberto, biribinha

Um chinês em plena sala, mancha o teto, engraçado

Avenida, inocente, sai correndo, atropelado

Coça muito, chora muito, quando a perna pula só

Do amigo já não lembro, será Alvim, nada a ver

Escondidos, o menino e a menina,

A doente, o doutor, piaçava, injeção

Um porão com bela vista

Nova casa, degrauzinho, banco tosco, diversão

Dá ferrugem na parede

Homem-aranha, tostãozinho

Montes, ninhos, passarinhos com cheiro de sinusite

Carro branco, casamento, pão-de-queijo, gostinho de quero mais

Corre, pula, malabaris, um pescoço entortado

O barbeiro incompetente, costeleta, kung-fu, solução tão descabida

Outra, tão tola quando a outra, solução pra valentão

No bolso uma coca-cola, na mão o salgadinho, de verniz, com cristalzinho

Um tumulto, cheiro bom, nasce e morre na vontade, um enorme sanduiche

O dinheiro às vezes banca, vez em quando, vez por outra, um pilantra no recreio

Vai pra banda, diversão

Desde cedo cobra muito, desempenho, atuação

Sempre pronto, apaixonado, mas de fato um “cagão”

De joelhos pede o pé, sente orgulho, ser capacho

Sente medo, musiquinha do biscoito, trocadilho, vil, do coito

Medo também da altura, uma só vez se esvai

Vê na sombra o alter-ego, aquele que nunca será

Solidão, ouve a matilha, o calor, talvez sábado, uma manhã

A tristeza, telegrama, pinta o beijo, muitos anos de amasso, muito tempo com cabaço

O momento prometia uma realização, trouxe raiva, trouxe ódio, trouxe muita confusão

Vai pro mato, divertido, conta história, quase um Gump

Tá feliz, mas não sabia, doido pela confusão

Muito tempo, letargia, uma gota, revolução

Namorado a marido, rolo todo, separado

Já sozinho, enrrolado, vira para todo lado

Sente às vezes estar correndo

Já perdido, urso pardo

Perseguindo o próprio rabo