O VENTO

Um dia perguntei ao vento: "Por que sopras a todo momento?"

E ele, já apressado para sair por aí, a fim de correr, a fim de varrer a terra e ao mesmo tempo espalhar poeira por todos os lados, respondeu:

"Porque sou cantor e também dançarino no universo; canto e danço pra lá, canto e danço pra cá, apresento-me de todas as maneiras, em qualquer ritmo, em qualquer tom, em qualquer lugar... sou artista irrequieto, agitado por natureza. Foi assim que Deus me criou. E quando estou calmo (e é bom que eu esteja sempre calmo!!!) eu tenho o maior prazer de entrar pelas janelas e portas de todas as casas para refrescar os cômodos às vezes tão quentes... e esse é um dos motivos pelos quais eu sopro a todo momento. Gosto quando os seres humanos sorriem tranqüilos quando sopro em suas faces... eu sou aquele que não pode ficar parado. Estou sempre em movimento.

Se parasse, vocês todos ficariam me chamando o tempo inteiro!! Eu refresco a terra, eu deixo o ar mais gostoso pra respirar!!"

Dizendo isto, o vento foi embora, sem tempo de me dar adeus.

Ah, mas ele vai voltar. O cantor e dançarino vai retornar para mais um espetáculo sereno e bonito de se ver (quando as folhas das árvores se mexem, por exemplo, diante de sua presença), e, sobretudo, de sentir (uma brisa, com certeza, tem seu valor). O vento vai voltar. Ah, claro que vai!

Ô ventinho bom!!!

Gláucia Ribeiro (11/9/2008)

Glaucia R Lira
Enviado por Glaucia R Lira em 11/09/2008
Reeditado em 19/05/2009
Código do texto: T1173376
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