Um par de sapatos.

Um par de sapatos desconhecidos embaixo da minha cama. Um par de sapatos com cheiro de madeira molhada. Um par de sapatos perdido. Se fossem teus; ai, nem sei o que sinto. Uma volúpia de risos invadiria as janelas do meu quarto , amassaria meus lençóis, minha cama...

Antes; bocas doces e pele cálida. Músculos fortes e olhos fechados. A mordida na maçã pela manhã ainda com gosto de café e pão. Campo de girassóis pintados de vermelho pingando à chuva morna. Durante; dias inteiros de carimbó sob o sol quente. Reboliço febril de carnavais queimando como areia no deserto. Enroscar de coxas molhadas, sons surdos, teatro de Shakespeare. Convulsão de corpos em uníssono que irão desembocar na foz da loucura. Depois; teus sapatos embaixo da minha cama. Mas são teus ? Quisera, mas não!

Venha , mas venha de tênis, vá!

Vanessa de Moraes
Enviado por Vanessa de Moraes em 10/09/2008
Código do texto: T1171525
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