ESCOMBROS.

Por terra grandes valores.

Crenças soterradas, sonhos perdidos e lembranças vagas.

De quando em quando um suspiro, uma dor!

Sobre os destroços a saudade vagueia soluçante, em busca das vidas. Sem mais esperar, deixa-se ao léu, nas arestas do tempo.

Ante as ruínas, ensimesmada, já não mais crer!

Juntando-se à saudade por sobre os escombros um violeiro faz derramar suas lágrimas, em versos, às cordas da velha viola.

Num dedilhar solitário cantando para vida, diante da morte.

Vencido, recolhe-se às memórias.

Deixando naquele campo desolado a musa de toda a sua inspiração. Remanescente à destruição segue, o trovador, tocando a própria vida, na tentativa de recompor os restos, em que, também, se partiu o seu coração.

E à sombra de uma tapera, em noites de luz, do luar, debulha o velho poeta a sua lírica tristeza, numa trova dorida, decantada nos versos de belíssima canção àquela que continua a ser a fonte de toda a sua emoção.

Nos entulhos daquela dor fluerescência de versos adornando o amor - Transcendente e imortal.

Cláudia Célia Lima do Nascimento
Enviado por Cláudia Célia Lima do Nascimento em 04/09/2008
Reeditado em 04/09/2008
Código do texto: T1161333
Copyright © 2008. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.