Trocando de Amigos

Hoje eu não sei o que é verdade. Hoje eu não sei se a saudade é algo bom ou ruim. Se sinto com palavras, ou sinto com gestos. Se me perco com o futuro, ou choro junto ao passado.

Às vezes eu penso que não faz sentido estar aqui, ao seu lado. Pois foram as mesmas tristezas que me fizeram gritar na noite passada. E isso me dá medo; medo do que eu posso fazer, do que eu posso sentir. Mas as palavras, às vezes, são traiçoeiras, são assim: cheias de metáforas. Elas, à margem dos sentimentos, significam qualquer coisa.

Porque ontem eu te pedi um beijo, mas esqueci de te contar. E meu desejo era que você pedisse também. Como é bom sonhar! São momentos que passam e depois ficam os retratos recortados dos melhores sonhos. Um dia, realiza-los ao seu lado, faria com que eles acabassem, e eu me enganasse que amei você. Mas quero acabar com essa dúvida que me aninha.

Meu melhor amigo, o silêncio, abandonou-me nesta noite, por isso converso com as palavras; elas são mais abertas, não escondem sentimentos. Tenho medo do que elas possam dizer para você. E elas sabem o que eu quero te contar todos os dias, mas não sei se é algo bom ou ruim. Se disser que estou sofrendo, estarei mentindo. É surpresa para mim, não quero acreditar no que se passa. Por isso o silêncio.

Mas antes que as palavras partam do meu lado, preciso te contar que fiz uma nova amiga: a esperança. Ela fala baixinho, às vezes não dá para escuta-la, piso nela sem querer, porém ela chora e eu volto a dar sua devida atenção.

Por fim, se isto for ruim, use seu amigo e me dê o seu perdão.