América
(...) O que eu tenho a perder se a américa cair?
meu corpo, meu pescoço? minha personalidade?
(Allen Ginsberg, Atravessando a Nação, A Queda da América)
América tu és mais que puritana - és cosmopolita;
És mais que teu mito fundador, és mais que o teu Destino Manifesto - és a América do mundo;
Teu modo de vida nos atrai, abomina; repele;
América não é a Ku Klux Klabin,
Não, não é a América dos falcões com suas garras apontadas para o mundo;
Seu arsenal nuclear capaz de destruir o planeta numa tarde;
Nem é a América de Rumisfeld, de Wolfowitz, Cheney não é a América da Halliburton,
Nem a América do multibilionário complexo industrial-militar,
América pesa sobre teus ombros a paz e o sangue;
Não é a América dos bombardeios com Napalm;
E teus ingênuos garotos soldados lutando por uma causa injusta,
Não és a América de Guantánamo, não és a América da "guerra suja “da CIA, da Black Water com seus exércitos de mercenários, pagos pelos contribuintes;
És a Roma Antiga em seu auge e pujança e decadência,
Tua máquina de guerra gasta centenas de bilhões de dólares para promover a pax americana, o que equivalente à riqueza de várias nações;
Tua sanha sanguinária, esmaga, oprime;
Não é tua classe média ignorante;
Nem teus templos de consumo;
América tua pujança ofusca;
Tantos foram te fazer;
Tantos morreram ao tentar ultrapassar as tuas muralhas em algum ponto do deserto na fronteira com o México,
- El Paso é una utopia
Teu modo de vida se espalhou pelo mundo como erva daninha;
Não é o terror de Mac Veig, nem a arma na mão de um serial killer, Charles Manson, nem Nixon, Ford, Bush;
Não é a América que trama, intimida destrói em nome da liberdade;
Não és a América de Mac Cain, mas a América de Obama;
Nem a América fundamentalista que prega o bombardeio da Mesquita de Omã, erigida sobre o Templo de Salomão;
Nem a América que ensina o criacionismo a seus alunos;
Não é a América do lobie judaico;
És a Times Square e o Sunset Boulevard...
És a América ingênua de Cantado na Chuva;
Fostes potência e descambastes. Num império global;
América como dizia Ginsberg a tua maquinaria é demais...
És o sopro livre de Coltrane, de Getz, e a suavidade do Blues,
És a América dos sonhos de Martin Luther King
És a América de Whitman, Poe, Foukner, Morrison, Welles, é a América de Woody Allen, Hendrix, Keroak, Corso, Burroughs,
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