ORAÇÃO DO CAFAJESTE
- Oh, grande amor do meu universo. Te amo em demasia – diz o amante para a nova amada. Nem tão nova assim!
- Sério? Marca a hora para não esquecer!
- Bobagem! - Diz ele enquanto continua no blábláblá da poesia cotidiana e nefasta.
- Nunca esquecerei teus olhos.
Tão arregalados em nossas travessuras de infância.
Somos eternos. Lembro de todos os teus beijos (e o malandro relembra o catálogo lotado!).
Tanto pecado!
Nossos amassos agora confessos e antes negados.
E até digo és a primeira mulher a me tirar do prumo.
Não porque sou falso, mas porque sei o que tu queres ouvir de mim.
Vou te dizer isso sempre, praticamente todos os dias
Até a hora da nossa morte. Nunca amei outra mulher.
Você é única...
-Ai meu amor que coisa mais linda
Eu te amo muito também. Pra sempre – Alegra-se a babaca da vez.
E eu então?
Sabe para quantas mulheres já fiz tal declaração?
(ela não vê enquanto ele procura MAIS dedos!)
Nunca disse isto a nenhuma. Só teus ouvidos merecem escutar tal declaração
(ela não sabe que a declaração tem cópia em diversas partes e línguas do mundo. Então crê)
- Ai... Te amo, te amo, te amo
Eu sei. Claro que eu sei. Sempre soube. Tu me dizias isto a cada encontro.
Ainda que não pudesses falar
(E, assim sabendo, ele seguia com outra mulher para sentir como era bom fazer amor levando uma mordiscadinha na orelha. Repete – ele pedia... Só você para me arrepiar assim!)
Agora os arrepios do grande Don Juan de Marco têm nova dona...
E ela acredita e ora todos os dias por ser merecedora de tamanha felicidade.
Enquanto isso...
Alguém reza uma missa para a ex que se matou; a que quer vê-lo morto; a que não quer vê-lo nem pintado de ouro; a que quer vê-lo pagando por todas as suas mentiras, por ser ele um criador de amores absolutos que terminam com a mulher pendurada na janela; jogada contra a cama e de cabeça partida (sem querer, é claro) ou socada e com dois dentes quebrados...
Ora, ele não seria capaz disso.
Ele diz que jamais fez tais coisas.
Mas ele sabe o que fez e sabe o que faz e porque faz.
Vista daqui, a cena descrita chega a ser comovente.
Lágrimas me chegam aos olhos... Não dá para não rir.
E lá vai o cara, maior kaô seguindo a vida como se fosse o melhor de todos os homens.
Aquele que vai resolver os problemas das mulheres que conhece;
Que faz terminar casamentos prometendo a tão propagada eternidade.
Eis aí o grande cafajeste!
Bravo! O cara se superou...
Mas onde estão os holofotes? Ele gosta de viver iluminado; de ser o centro; de chamar a atenção; de comandar a conversa e pedir a comanda.
Mas a conta minha nêga, pode ir se preparando:
Esta é você quem paga.
Mas para mulher tão apaixonada, pagar para ouvir versinho de quinta, gasto e repetido, é até um bom negócio. Até porque, se ele não disser... Quem será maluco de? Só se estiver de olhos vendados e acreditar que é o Super-Man. Com tanta beleza interior, só tento olhar de raios-X.
Não. Não te incomodes com isso.
Mulher feia pra ele é vantagem.
Só ele come!
- Oh, grande amor do meu universo. Te amo em demasia – diz o amante para a nova amada. Nem tão nova assim!
- Sério? Marca a hora para não esquecer!
- Bobagem! - Diz ele enquanto continua no blábláblá da poesia cotidiana e nefasta.
- Nunca esquecerei teus olhos.
Tão arregalados em nossas travessuras de infância.
Somos eternos. Lembro de todos os teus beijos (e o malandro relembra o catálogo lotado!).
Tanto pecado!
Nossos amassos agora confessos e antes negados.
E até digo és a primeira mulher a me tirar do prumo.
Não porque sou falso, mas porque sei o que tu queres ouvir de mim.
Vou te dizer isso sempre, praticamente todos os dias
Até a hora da nossa morte. Nunca amei outra mulher.
Você é única...
-Ai meu amor que coisa mais linda
Eu te amo muito também. Pra sempre – Alegra-se a babaca da vez.
E eu então?
Sabe para quantas mulheres já fiz tal declaração?
(ela não vê enquanto ele procura MAIS dedos!)
Nunca disse isto a nenhuma. Só teus ouvidos merecem escutar tal declaração
(ela não sabe que a declaração tem cópia em diversas partes e línguas do mundo. Então crê)
- Ai... Te amo, te amo, te amo
Eu sei. Claro que eu sei. Sempre soube. Tu me dizias isto a cada encontro.
Ainda que não pudesses falar
(E, assim sabendo, ele seguia com outra mulher para sentir como era bom fazer amor levando uma mordiscadinha na orelha. Repete – ele pedia... Só você para me arrepiar assim!)
Agora os arrepios do grande Don Juan de Marco têm nova dona...
E ela acredita e ora todos os dias por ser merecedora de tamanha felicidade.
Enquanto isso...
Alguém reza uma missa para a ex que se matou; a que quer vê-lo morto; a que não quer vê-lo nem pintado de ouro; a que quer vê-lo pagando por todas as suas mentiras, por ser ele um criador de amores absolutos que terminam com a mulher pendurada na janela; jogada contra a cama e de cabeça partida (sem querer, é claro) ou socada e com dois dentes quebrados...
Ora, ele não seria capaz disso.
Ele diz que jamais fez tais coisas.
Mas ele sabe o que fez e sabe o que faz e porque faz.
Vista daqui, a cena descrita chega a ser comovente.
Lágrimas me chegam aos olhos... Não dá para não rir.
E lá vai o cara, maior kaô seguindo a vida como se fosse o melhor de todos os homens.
Aquele que vai resolver os problemas das mulheres que conhece;
Que faz terminar casamentos prometendo a tão propagada eternidade.
Eis aí o grande cafajeste!
Bravo! O cara se superou...
Mas onde estão os holofotes? Ele gosta de viver iluminado; de ser o centro; de chamar a atenção; de comandar a conversa e pedir a comanda.
Mas a conta minha nêga, pode ir se preparando:
Esta é você quem paga.
Mas para mulher tão apaixonada, pagar para ouvir versinho de quinta, gasto e repetido, é até um bom negócio. Até porque, se ele não disser... Quem será maluco de? Só se estiver de olhos vendados e acreditar que é o Super-Man. Com tanta beleza interior, só tento olhar de raios-X.
Não. Não te incomodes com isso.
Mulher feia pra ele é vantagem.
Só ele come!