Turbilhão

Atravesso o furacão com minha cria nos braços,

Protejo-a, conforto-a, fortaleço nossos laços,

Mas ela se aflige e se debate, arredia,

Nada sabe da vida e teme a noite sombria.

Filho meu, já que não posso poupar-te o sofrimento,

Estarei contigo em cada breve momento,

De mãos dadas conduziremos nossa vida,

O meu peito é seu escudo, sempre te dará acolhida,

Até o alvorecer desse novo dia claro e frio,

Em que não houver mais lágrima nem martírio.

Meu sangue, meu amor e razão de ser,

Esse turbilhão um dia há de ceder...

E então navegaremos em águas tranquilas e calmas,

E toda a tristeza e mágoa se escoarão de tua alma...