FIM DO VERÃO

Na planície branca do presente

Sol transparente e frio

é mais bela a lisura da paisagem do que a rosa vermelha.

No páramo, pedra espera

à volta da cidade abandonada, prédios nus, abertos

janelas sem vidros caleidoscópios

telhados desfeitos em poeiras antigas, repouso de cinzas

deserto sombrio em sombras de civilização esquecida

caminhos onde me criei

são agora meu retorno sem retorno

feitas as dores rumores longínquos de tormentas de verão