Nudez da alma

Então me vi despida diante de ti. Sem medos, sem rodeios, clara e sem mácula. Aí estão meus defeitos, veja-os todos! Desperte seu interesse comum da natureza humana de ver o outro sem defesas. Aproveite-se de minhas fraquezas, escarneça de meus vícios, julgue minhas faltas...Estou aqui...Desarmada, aberta, sem nada, prostrada na sua frente.

Admito que me envergonho de mim mesma por ser o que sou, e pela humanidade que eu carrego. Tão vulnerável, tão frágil...Tentando o tempo todo fingir que me sobreponho a mim mesma, ao que eu sou. Repreendo-me quando resolvo ser outro. Vivo tentando esconder-me. Em vão. Cada vez mais meu desejo de afastamento maior e maior de Dionísio torna-se mais improvável. Disso, porém, sou capaz de retirar uma importante questão: se eu fosse assim menos humana, você continuaria a se encantar por mim? Deixo que se apodere das minhas fraquezas para tomar todo meu eu.

"Eu

Não me arrependo

de ter amontoado na alma lodos também --

Mas ando pensando em ti."

[Chorarás muito, ou sorrirás?-Luciana Blaga]

Ursel Schwartzinger
Enviado por Ursel Schwartzinger em 29/08/2008
Código do texto: T1152502
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