conceito gasto

Era um conceito gasto. Era um manifesto. Era outra razão. Podia ser algum chão cinzento. Cimento puro, seco e macio de tocar. Era um motivo qualquer. Astro de conceito. Feito e sob efeito de inconsciência. Fôra, então, perigo constante em muitas horas. Um devorador presente e apto. Rápido na simulação tátil. Se conceituam todas as coisas sensíveis. Qualquer deslize sensível. Alguma antítese visível. Era um conceito textual. Pôde ser algum céu cinzento. Uma realização pluvial costeira de qualquer lugar do globo terrestre. Hoje de manhã foi manhã noturna. Repleta de estrelas conceituais, mas também uma manhã vespertina, plena de ocidentes chuvosos. Cai-se conceitos gastos. Algum manifesto de razões. Podia ser alguma cama terna. Uma espera à toa. Soa conceito. Voa algum morcego do clarão na caverna. Era um homem primitivo. Agora um pós-moderno. E erro os conceitos — ou os destruo — ou flutuo sobre esse chão-cimento. Seco, áspero e ruim de tocar. Fôra algum conceito distante, no instante remoto da incompreensão.

Quaresma
Enviado por Quaresma em 22/02/2006
Reeditado em 22/02/2006
Código do texto: T114899