VIVENDO AMOR

Evaldo da Veiga

Ele morria de amores por Tati, mas ressuscitava rapidinho, para viver de amor por ela, a querida Tatinha.
Tatinha era ternura, amor, descanso melhor ele não conhecia.
Era um tal amor bem presente, até na ausência. Era Tati lá, aqui, Tati em todos os lugares...
Que bom, viver Tatinha!
Um tal amor tão divino e tão sacana e abençoado pela natureza, era gerado por Tati, quando bem vagabunda ou Princesa.
Tão vasta a área de desejo que Tati exercia, tudo plenamente puro e indecente, eficaz sempre.
Tati tirava os pecados, alimentava a alma, saciava os desejos, deixando a chama sempre acesa.
A vida oferece opção, sempre, e ele preferia viver Tatinha, todinha...
Sentir Tati, próxima ou na distância, ocupava 99,99 % do seu tempo; e o que restava, 0,001 %, era o tempo em que usava na realização de suas fantasias com Tatinha.
Mesmo que bem distante Tati era real, em seu calor, perfume e inebriante tesão... Quase que, em tempo integral vivia Tatinha.
Mas como compor o tempo em seu 0,001% de dispor? Não bobeou. Ocupou idealizando uma Tatinha que não fosse somente uma: sim, uma porção de Tatinha, uma porção bem grande. Um mundo de Tatinhas, sorrindo e fazendo amor.

Imagem: Tela do BOTTICELLI

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