A CINZENTA E A VERDE
As grande cidades são cinzentas e frias.
Parecem não querer mais ninguém dentro delas. O solo parece hostilizar, por não mais suportar tanto peso sobre si.Tanto aglomerado de concreto.
Olhando de longe, nota-se um amontoado de gaiolas, uma favelice vertical dentro de uma névoa cinzenta.
As pessoas vivem sob condições limitadas. A metrópole lhes impõe.
Cumprem. Reclamam, mas obedecem.
Têm medo do ar puro, do verde, de espaço, de liberdade.
São como pássaros aprisionados, desde novos. Não saberiam voar, buscar alimentos, morreriam!
Cidades pequenas cheias de calor humano.São verdes, arejadas. Seus telhados ficam mergulhados no verde.
À noite suas luzes ficam como estrelas salpicando um verde escuro.
Tudo é liberdade, espaço.
Se oferecem.
E os engaiolados, coitados! Rejeitam-nas, com medo de se perderem.
Passam rumo às gaiolas, sentenciados. Vão cheirar gás carbônico com medo da clorofila.
Coitados! ...Nunca aprenderão a voar.
Têm medo do espaço