Texto participativo da Ciranda Poética MÃOS
 
 Olho hoje para minhas mãos e tristemente vejo, as marcas

que o tempo, impiedoso deixou.

Elas que foram lindas, alvas, macias, dedos finos, alongados,
gostavam de lhe dar carinho, percorrendo no seu corpo todos
os caminhos. Ora o fazia carinhosamente, logo após, dedos
desobedientes apertavam suas, bochechas, orelhas.
Em outros momentos serviram de lenitivo ao amenizar suas dores massagearam, com amor o dorso nu. Mãos que foram, ágeis, em alguns momentos, calmas, serenas. Quisera ter contabilizado as vezes que, carinhosamente o rosto másculo afagou!
O prazer que sentiram, quando emanava de tua pele o calor, afogueado, isso, era só o começo, não demorava para que ficassem, agitadas, apertando, pressionando, num misto eufórico de amor, paixão. Quantas, vezes, quase o machucou!
Saudade quando nossas mãos enlaçadas, as minhas tensas, crispadas como que em agonia total, de repente esmoreciam no ato final!
 
Nadir A. D’Onofrio
12/04/2005
Santos/ SP