Enigma

Enquanto o vento canta lá fora, mostrando que tem ritmo e pulmão bons demais, descobri que depois de uma semana, o silêncio veio e se acomodou no sofá da sala.

Completamente sem inspiração poética, ando as voltas com a realidade.

Algum sorriso seria necessário para que os olhos vissem que nem tudo é amarelo. Muitas vezes cores demais também enjoam. Mas queria estar vomitando de tanto enjoar. Queria enjoar de ouvir barulho do mar, canto de pássaros e menos discussões vizinhas.

Mas, não tem mar, nem ouço pássaros e as discussões vizinhas, quer saber? Enchem minhas medidas.

Por acaso, existiria algum lugar onde as pessoas só discutissem por fax?

Vou dizer, seria um alívio, porque ouvir brigas diárias, ininterruptas, de segunda a segunda, não dá vontade de gritar? Mas, não grito. Um tom acima da minha voz me deixa rouca. Ora, ora, também não queria ser surda, o que seria uma solução.

E pensando em solução, a música, no momento, diz:

"O que será que me dá/que me bole por dentro/será que me dá/que brota à flor da pele/ será que me dá/..."